O peão de boiadeiro Hermenegildo Palaoro Filho, apontado como intermediário do assassinato da médica Milena Gottardi, junto com Valcir da Silva, foi preso em Minas Gerais, na divisa do estado com o Espírito Santo. Dos acusados de participação no crime, ele era o único que estava foragido.
O crime
A execução da médica Milena Gottardi com um tiro na cabeça na última quinta-feira (14) envolveu uma rede de pessoas e acordos. O crime, segundo a polícia, foi premeditado e encomendado pelo ex-marido dela, o policial civil Hilário Frasson, e pelo sogro, Esperidião Carlos Frasson.
Pai e filho utilizaram dois intermediários, amigos da família há mais de 30 anos, para acobertar os planos e contratar um matador. Dionathas Alves Vieira, que atirou contra Milena, estava desempregado quando recebeu a proposta de R$ 2 mil para matar a médica. Ele, por sua vez, encomendou ao cunhado o roubo de uma moto para usar no dia do crime.
Veja abaixo a participação dos envolvidos na morte da médica Milena Gottardi, segundo informações divulgadas pela polícia:
MANDANTES
Hilário Antônio Frasson, ex-marido da médica Milena Gottardi Tonini Frasson, teve arma e celular apreendidos pela polícia
Hilário Antonio Fiorotti Frasson, 44 anos
Policial civil, ex-marido da vítima e apontado pela polícia como um dos mandantes do crime. Hilário era conhecido na região de Fundão pelo apelido de “advogado”. Junto ao pai, ele planejou o crime e decidiu quem chamar para executá-lo. Foi detido na tarde desta quinta-feira (21), enquanto trabalhava.
Esperidião Carlos Frasson, ex-sogro da médica Milena Gottardi, chegando ao DML
Esperidião Carlos Frasson, 71 anos
Pai do policial civil e proprietário de um sítio em Fundão, ele também é apontado como mandante do crime. O idoso ajudou o filho a esquematizar a execução da médica. Esperidião foi preso nesta quinta-feira (21), no sítio em que mora, em Fundão.
INTERMEDIÁRIOS
Valcir da Silva Dias
Foto: Divulgação/Polícia Civil
Valcir da Silva Dias
Lavrador, morador de Fundão e apontado pela polícia como intermediário do crime. Ele e Hermenegildo contrataram Dionathas Alves Vieira. Valcir conhecia Hilário e o pai havia mais de 30 anos e foi ao casamento de Hilário e Milena. A ele não foi oferecido dinheiro para participar no crime. O pagamento seria uma “camaradagem”, segundo a polícia, algo comum no cenário da pistolagem. Valcir é proprietário de um Gol cinza e estava com Hermenegildo no local e na hora do crime acompanhando o desenrolar dos fatos.
Hermenegildo Palauro Filho é acusado de participar do assassinato da médica Milena Gottardi
Hermenegildo Palaoro Filho
Peão de boiadeiro, amigo da família Frasson e apontado como intermediário do crime. Junto com Valcir da Silva, contratou o Dionathas Alves Vieira. Assim como Valcir, conhecia os mandantes havia mais de 30 anos e também foi ao casamento de Milena e Hilário. O pagamento seria uma “camaradagem”, segundo a polícia, algo comum no cenário da pistolagem. Junto com Valcir, estava no local do crime acompanhando o desenrolar dos fatos. Hermenegildo está foragido.
EXECUTOR
Dionathas Alves Vieira é acusado de matar a médica Milena Gottardi
Foto: Divulgação/Polícia Civil
Dionathas Alves Vieira, 23 anos
Pedreiro e carpinteiro em Fundão, ele foi contratado por Valcir e Hermenegildo para executar o crime, segundo a polícia. Ele recebeu a orientação para que tudo parecesse um latrocínio (roubo seguido de morte). Para executar o crime, ele precisava de uma moto roubada, e encomendou o crime ao seu cunhado, Bruno. Os dois partilhariam os R$ 2 mil oferecidos pelos intermediários e que seriam pagos pelos mandantes. A dívida seria quitada após a morte da médica, “quando a poeira baixasse”. Como foram descobertos, a dívida não foi quitada.
No dia do crime, ele foi para o Hucam com a moto. Lá encontrou Valcir e Hermenegildo. Entrou no carro deles e recebeu, de Valcir, a arma e a indicação de quem era a Milena. Após o crime, entregou a arma para Valcir e desapareceu. Quando foi contratado como pistoleiro, 25 dias antes do crime, Dionathas estava desempregado. Na semana do crime, ele conseguiu um emprego de pedreiro em uma obra em Maria Ortiz, Vitória. Dionathas foi preso no sábado (16), enquanto tentava fugir.
APOIO
Bruno Broetto
Bruno Rodrigues Broetto (roubou moto)
Cunhado de Dionathas, Bruno ficou encarregado de roubar a moto utilizada no crime, uma CB 300 vermelha. Segundo a polícia, ele tinha conhecimento de que a moto seria utilizada na realização de um crime.
Proprietário de sítio
Cunhado de Hermenegildo e dono do sítio onde a moto usada no crime foi encontrada chegou a ser detido, mas foi liberado. Por isso o nome dele não foi divulgado pela polícia. Foi também nesse sítio que o Dionathas queimou a roupa que utilizou no dia do assassinato da médica. Segundo a polícia, o dono do sítio não tinha conhecimento sobre o crime e foi liberado.