Em apenas uma empresa, a previsão é doar 600 toneladas da fruta. Na tarde desta terça-feira (29), uma escola de Linhares recebeu uma doação de três toneladas de mamão de uma empresa.
Na tarde desta terça-feira (29), uma escola de Linhares recebeu uma doação de três toneladas de mamão de uma empresa. As frutas vão servir a 300 alunos.
“Para nós, isso é uma maravilha. O pior é para essas pessoas que vivem disso, que trabalham para isso”, disse a servente da escola Maria Zilda Coelho.
Nas fábricas, as máquinas seguem paradas. Aquelas que funcionam são apenas para fazer manutenção.
“Além da mercadoria que nós processamos, nós temos vários caminhões na estrada, sendo uns em São Paulo, outros no estado do Rio de Janeiro, outros vindo do Nordeste também. Então, a gente está tentando fazer um controle desses veículos, para saber como está cada ponto de bloqueio e o que a gente pode fazer com essa fruta”, explicou o presidente da empresa UGBP, Rodrigo Martins.
Oito veículos da empresa estão parados em rodovias do país. Por isso, o prejuízo calculado chega a R$ 2 milhões.
“A gente já está até conversando com alguns motoristas, para fazer a doação dessa fruta, calcular o prejuízo e, infelizmente, esperar as negociações, o que já passou da hora de ser resolvido”, disse Martins.
Em outra fábrica, os frigoríficos estão lotados de frutas. A sala que, normalmente, ficava vazia, agora está cheia de caixas. A estimativa é de um prejuízo de 100 toneladas de frutas.
“Isso está por volta de, pelo menos, R$ 500 mil e, a cada hora que vai passando, o prejuízo vai aumentando, porque o mamão é uma fruta extremamente perecível. As frutas estão acomodadas em câmara fria, mas já estão há quatro, cinco dias, e a fruta, infelizmente, não está mais aguentando”, falou o diretor da Frutmel, Augusto Roza.
Num galpão, trabalham cerca de 300 funcionários. Aqueles que foram trabalhar não sabem sequer o que fazer. “Fico só na limpeza, porque tem que estar mantendo a fábrica limpa, mas os outros funcionários estão todos em casa, porque não tem como vir trabalhar”, disse a auxiliar de limpeza Marilene Brito.
Para os empresários do setor, se a greve acabasse nesta quarta-feira (30), os prejuízos já seriam sentidos a longo prazo.
“No mínimo, uns seis meses, com tudo indo muito bem, era o que a gente teria que trabalhar para tentar reverter a situação”, disse Roza.