Ao contrário do que acontece com a Amazônia em relação às queimadas, que bateram recordes nos primeiros oito meses de 2019, e ao desmatamento, que aumenta a cada ano, o Espírito Santo pode comemorar. O estado capixaba experimenta um aumento de cobertura florestal na última década, fruto de programas como o Reflorestar, do Governo do Estado. Estima-se que o Estado esteja com 15,9% de cobertura florestal (de acordo com os últimos dados da Secretaria de Estado do Meio Ambiente – Seama), um número festejado por especialistas, mas que pode melhorar mais. Inclusive, existem boas ideias e iniciativas para isso.
O professor Luiz Fernando Schettino, do Departamento de Oceanografia e Ecologia da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) afirma que, caso o Estado continue evoluindo neste ritmo, até 2030 é possível chegar a até 20% de cobertura florestal. Ele afirma que no aspecto da regeneração das matas, o território capixaba é um exemplo para o Brasil.
“Temos um bom programa, que é o Reflorestar, mas o mínimo desejável é uns 20% de cobertura florestal. Neste aspecto, o ES é um exemplo. A área de floresta aumentou porque estamos usando tecnologia. Temos que reduzir a área plantada e aumentar a produção por área, que é a produtividade. Essa recuperação da cobertura florestal não impede que explore madeira de forma sustentável, da floresta. Tem que recuperar a área do ponto de vista ambiental, mas a legislação permite o manejo sustentável”, afirma.
Ressocialização
Luiz Fernando Schettino, inclusive, vai apresentar ao Governo do Estado um projeto cujo objetivo é unir o reflorestamento à ressocialização de presos do sistema carcerário capixaba no intuito de potencializar a recuperação florestal. Segundo ele, o assunto já foi conversado com o governador e a ideia é usar as condicionantes ambientais, as multas, para o financiamento do projeto.
“Temos que recuperar o ambiente, recuperando o ser humano. É preciso colocar os presos que têm condições para participar dessa produção e terem a oportunidade de serem capacitados e mudar de vida. A tecnologia disso é bem simples: para a recuperação de área degradada, devastada, precisa-se de mudas. Você coloca o preso para produzir mudas e ao produzir ‘x’ mudas, abate um período da pena dele”, explica Schettino.
“Imagina colocar 10 mil presos para fazer 10 mudas cada! Em um ano o estado planta centenas de milhões de árvores. Isso pode ajudar a acelerar a recuperação ambiental e ao mesmo tempo dar uma oportunidade ao ser humano”, acrescentou o professor.
Fonte: ES HOJE