Os brinquedos de Juan Miguel Soares Silva, de 4 anos, ainda estão espalhados no quintal de casa, e a família do menino tenta entender o que aconteceu. Ele é uma das vítimas do ataque em uma creche em Janaúba, Norte de Minas Gerais, onde o vigia do local jogou álcool nas crianças e nele mesmo e, em seguida, ateou fogo, na manhã desta quinta-feira (5).
A mãe de Juan Miguel conta que a principal característica do filho único era a alegria de viver. “Ele era alegre, brincalhão e gostava de brincar de bola. Ele dormia abraçadinho comigo”, disse Jane Kelly da Silva Soares, que não conteve as lágrimas.
“Eu estava pensando em mudar ele de escola, porque a gente ia mudar de bairro. Eu acordei o Juan hoje cedo para deixá-lo na creche e depois já vi ele morto no hospital”, relatou a mãe.
Além de Juan Miguel, outras crianças morreram no ataque ao Centro Municipal de Educação Infantil Gente Inocente, no Bairro Rio Novo. O vigia, Damião Soares dos Santos, de 50 anos, morreu no hospital algumas horas depois.
Durante a noite de quinta-feira, morreu a professora Helley Abreu Batista, de 43 anos. Ela estava com 90% do corpo queimado após ter sido atingida pelo fogo. A informação da morte foi dada por Ricardo Tolentino, diretor da Fundação Hospitalar de Janaúba, onde ela estava internada.
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Mãe de Juan Miguel
“Juan gostava de jogar bola, andar de bicicleta. Nós estávamos programando fazer um almoço aqui no Dia das Crianças e fazer um bolo para cantar os parabéns pra ele, porque não deu pra comemorar no dia do aniversário dele”, afirmou a avó de Juan Miguel.
Ana Clara Ferreira Silva, outra vítima de 4 anos, estudava na creche havia dois anos e tinha um irmão gêmeo, Victor Hugo, e mais quatro irmãos. Três estavam na creche no momento do ataque e não sofreram queimaduras.
“A gente gostava de brincar de esconder e de cobra cega. Na televisão, a gente gostava de assistir Peppa Pig”, disse Victor Hugo.
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Irmão de Ana Clara mostram foto da vítima de ataque a creche em Janaúba, MG
“Minha filha era muito especial, esperta. Era gente boa demais minha filhinha. A creche é aqui pertinho de casa, nós ouvimos o barulho e corremos pra lá”, disse o pai das crianças Nelson de Jesus Silva.
Juan Pablo Cruz dos Santos, de 4 anos, também morreu no ataque. “Ele era um menino alegre. Nós escutamos falando no rádio que a creche que tinha pegado fogo era no Bairro Rio Novo. Meus dois sobrinhos estudavam lá, um morreu e o outro está ruim no hospital”, disse Edna Pereira dos Santos, tia de Juan Pablo.
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Edna é tia de uma das crianças que morreu no ataque