Uma comerciante de São Gonçalo (RJ) gravou, com uma câmera escondida, uma das agressões sofridas por parte do marido violento, um militar das Forças Armadas. Esta, porém, não foi a primeira brutalidade que sofreu.
Patrícia Coutinho sofreu calada por três anos e denunciou o militar Gean Frank da Silva. Ela é uma das 60 mulheres que são agredidas por dia pelos próprios companheiros, de acordo com dados do Dossiê da Mulher. Em 2019, foram registrados 71 feminicídios, a maioria ocorridos dentro de casa.
Nas imagens, Patrícia é agredida com um tapa e xingada pelo criminoso. Depois, a atitude comum de covardia: após a violência, o homem comprava flores e dizia que ia mudar. Como muitas mulheres, a vítima se calou por medo, por amor, por dependência financeira. Se isolou dos amigos e da família, acreditando que, de fato, o agressor mudaria.
As brigas sempre eram motivadas por ciúmes. Na última, flagrada em imagens, a briga começou no andar debaixo da residência, onde já tinha apanhado. O criminoso não queria que a vítima tivesse contato com outros homens, já que Patrícia entrou em um novo emprego. Ela não podia trabalhar ou estudar.
Com medo de morrer, Patrícia denunciou o caso com a ajuda da advogada Anna D?Avila, que trabalha de forma voluntária para atender outras mulheres vítimas de violência doméstica.
Fonte: SBT